terça-feira, junho 19, 2007

Sobre os tamanhos, pesos e percentis:

Lá vamos nós à consulta dos 9-12 meses, encantados e felizes com o/a nosso/a bebé que estava no percentil 50 ou mais, criado com muita maminha…

Pesam e medem o bebé e lá nos dizem que o/a nosso/a filho/a está pequeno/a, que está no percentil 5 ou menos ainda… e que se continuar assim teremos que fazer análises. Ficámos preocupados e sentimo-nos responsáveis por este baixo peso/tamanho. Pensámos que, se calhar, devíamos dar-lhe mais comida, ou um suplemento, ou quem sabe...

Primeiro: Pois bem, o que significa estar no percentil 5?? - é o nosso primeiro dilema.- um médico/enfermeira diz isto com um ar grave, logo pensámos que deve ser sério, tão sério que teremos que fazer análises.

mas significa que foram medidos N bebés, em cada idade, depois fizeram-se uns gráficos/tabelas, em que se determinou que 50% têm um tamanho x, 25% têm um tamanho y, e assim sucessivamente… ou seja, estatisticamente significa 5% da população medida ,neste estudo,têm um tamanho parecido ao do nosso filho.

Se as tabelas fossem feitas em Portugal, onde em 2005 nasceram cerca de 114326 bebés, quer dizer que cerca de 5700 bebés têm um peso/altura parecido ao do nosso (10.82 nascimentos/1000 habitantes, tendo em conta que somos 10566212 em 2005). Não é assim tão mau pois não?

Segundo: A maioria dos médicos (em Portugal e não só), usam tabelas de crescimento de bebés alimentados com dietas artificiais nos Estados Unidos da América.

Ora, não se sabe bem porquê, mas o crescimento dos bebés de mama é diferente do dos bebés de leite artificial. Os bebés de peito, crescem inicialmente mais rápido, havendo depois uma desaceleração do crescimento por volta dos 9 meses.

Recentemente a OMS publicou a base de dados de crescimento com 8500 bebés de todo o mundo de diversas etnias (Brasil, Ghana, Índia, Norway, Oman and the USA),com dietas diversas ( http://www.who.int/childgrowth/en/). Esta organização tem disponível online, um programa que, após a sua instalação , podemos colocar os dados dos nossos filhos e verificar que afinal, o nosso lindo bebé que estava no percentil 5 , está na média mundial, ou próximo dela J (se formos ainda mais perfeccionistas, podemos aceder ao relatório do estudo que foi feito com bebés Europeus).

Terceiro: Quantos casos conhecemos de miúdos que dão um salto em altura muito mais tarde? Na primária? Na secundária? E mesmo que não dê… Será que ser mais baixo têm implicações na felicidade? Queremos que os nossos filhos sejam altos ou felizes?

Conclusão: O mais importante é que o bebé se desenvolva, com o seu ritmo e com saúde. O tamanho, é um dado secundário.


2 comentários:

Anónimo disse...

Olá, o meu nome é Joana e sou mãe da margarida de quase 2 anos. Também eu passei pela ansiedade dos percentis (nada por aí além, no entanto).Fizemos as ditas análises e estava tubo bem. Ela de facto não come muito!!! Poderia dizer-me o nome desse programa que é necessário instalar. andei no site mas não encontrei.
obrigada
joana
www.bebeflorzinha.blogspot.com

P e M disse...

Comigo já me aconteceu (também, com quem não aconteceu?). A minha filha estava no percentil 75 e passou para o 40. Porquê? Ela (e eu)apanhou uma gripe e só comeu maminha durante 2 dias.

Haviam de ver a cara das enfermeiras a dizer com um ar muito escandalizado que a miuda tinha saltado por vários percentis e eu na maior...

Contribuidores