terça-feira, junho 19, 2007

Quais as fraldas que usamos?

Apesar da nossa grande dedicação aos nossos filhos, nem sequer pensamos no efeito da maioria das coisas que lhes pomos. Somos felizes (e sortudas) por termos acesso a utensílios que para nós nos parecem terem sempre existido.

Assim funciona, por exemplo com as fraldas descartáveis: são modernas (no tempo das nossas mães, eram um luxo) e tão convenientes (não nos dão qualquer trabalho)

Apresentam-nos assim como uma pequena maravilha que facilita muito a vida, “totalmente indispensável”. Paralelamente, as fraldas de pano são “péssimas”, pouco prácticas, envolvem lavagens á mão, pôr a branquear ao sol, esfregar e ainda por cima não são tão eficientes.

Eu também pensava assim. Mas qual não foi a minha surpresa, quando gradualmente descobri uns bons milhares de pessoas que usavam fraldas de pano, uma enorme comunidade paralela sobre o tema das fraldas de pano, os foruns sobre os diferentes tipos e modelos de fraldas de pano e toda uma lista de dezenas de marcas comerciais também de fraldas de pano.

Como sou curiosa pela maioria das coisas e gosto muito de aprender, comecei por aí a vasculhar o tema e sem preconceitos, decidi experimentar.

As primeiras fraldas que obtive foram um fiasco total... passado uns meses, voltei á carga com outro tipo de fraldas laváveis... e estas também não me conveceram.

O tema despertou ainda mais o bichinho da curiosidade, e comecei a aprofundá-lo e decidi experimentar as várias marcas no mercado. Tal qual experiência científica, encomendei um tipo de cada uma, estudei os materiais, eficiência, receptividade por parte do bebé, lavagem, secagem etc.

Ao todo, foram mais de 10 marcas as que experimentei e acabei por adorar as melhores de eleição.

Em comparação com as fraldas descartáveis a minha conclusão foi:

- Têm muito menos fugas do que as outras

- São mais ecologicas

- São mais confortaveis

A utilização, é muito fácil. Como sai do bebé, vão a lavar á máquina. Como saiem da máquina, poem-se a secar, e voltam-se a colocar no bebé. Simples, não é? Claro está que a quantidade de roupa para lavar aumenta, mas duma forma geral, esse aumento não parece significativo .

É economica.

Quanto gastamos em fraldas descartáveis?

- 28 fraldas de recem nascido, - € 6.16euros - €0.22/ fralda.

- 122 fraldas tamanho 4 - €18 euros - €0.14 / fralda.

Se considerarmos que em média cada fralda custa €0.15 e que cada bebé usa cerca de 6 fraldas (no minimo) por dia..., são €0.90/dia, o que representa no minimo €328 em fraldas. Se contarmos com dois anos de fraldas, temos €660, no minimo.

Em alternativa, fraldas de pano (as minhas preferidas)

€15-20 no maximo. Tenho 15 fraldas (o que é suficiente), gasto cerca de €300 num conjunto, adaptáveis a bebés de vários tamanhos e idades.

No final ainda posso vendê-las (sim, existe um enorme mercado enorme de fraldas de pano em segunda mão... por exemplo, no Reino Unido, estas fraldas podem ser vendidas a €13-14, dependendo das condições), e reaver parte do dinheiro. Mesmo considerando os gastos na lavagem.... a diferença parece-me significativa (metade do preço).

Temos depois a ecológica. Nesta poderemos considerar sobretudo duas vertentes.

Primeiro a diminuição de lixo produzido. Uma fralda demora cerca de 500 anos a degradar-se. É um tipo de material que não deve ser incinerado, pois liberta componentes tóxicos para a atmosfera. Cerca de 50% do lixo de um casal com um filho, é devido ás fraldas descartáveis. Em UK, por exemplo, este problema é de tal modo grave que muitas camaras municipais dão apoios financeiros para o uso das fraldas de pano,de modo a poder diminuir a quantidade de lixo produzido.

Segundo, evita-se o enorme gasto de materiais. Para se produzirem as fraldas de cada bebé estima-se que se tenham de abater cerca de 7 árvores. As fraldas descartáveis têm entre outros componentes, lámina de polietileno, tissue, adesivos Termofusibles, tela hidrofóbica (polipropileno), tela hidrofílica, elásticos, cintas laterais e frontais, celulosa, polímero super absorvente.

Um estimativa para Portugal se considerarmos que cada bebé usa cerca de 6 fraldas por dia, em média, e que temos cerca de 11000 bebes nascidos por ano, produzimos cerca 66 000 fraldas por dia para cada ano de nascimentos. Tendo em conta que os bebés usam fraldas durante dois anos, temos então 132 000 fraldas por dia. Se multiplicamos por 365dias, temos 48 180 000 fraldas por ano usadas e a decompor durante 500 anos nos nossos aterros... é no minimo aterrador J Ora, um pais como UK, usam-se de deitam-se para o lixo cerca de 8 milhões de fraldas por dia.

Tipo de impacto (por bebe, por ano)

Fraldas de pano

descartaveis

Factor de multiplicação

Energia

2532 MJ

8900 MJ

3.5 x

Água

12.4 m3

28 m3

2.3 x

Materiais não recicláveis

25 kg

208 kg

8.3 x

Materiais recicláveis

4 kg

361 kg

90 x

Lixo domestic sólido

4 kg

240 kg

60 x

Espaço ocupado em aterro1

1,150-6,800 ha

29,500-32,300 ha

4 to 30 x

1. Dados anuais da Alemanha. Os restantes dados são de UK.

Tabela extraida de WEN (women for the environment)

Depois temos vantagens ao nivel da saude.

Por um lado estamos a colocar nos nossos filhos materiais naturais, respiraveis. Muitas substancias usadas nas fraldas descartáveis são potencialmente nocivas a saúde dos nossos bebés. Por exeplo, o TBT (uma substancia usada para pintar os barcos) foi proibidas após estudos revelarem o efeito que tinha infertilidade e mudança de sexo de muitos animais marinhos (http://www.theecologist.net/files/articulos/21_art6.asp).

Alguns estudos consideram que os materiais usados nas fraldas descartáveis podem aumentar a temperatura nos orgãos genitais (escroto) o que pode, entre outros factores, estar relacionado com o decrescimo de fertilidade. No entanto este efeito têm sido polémico, e outros estudos não evidenciam nenhuma diferença.

Diminuem a frequência de dermatites (rabinhos assados) tipicas das fraldas descartáveis.

Para além disso, também há dados que indicam que os bebés ao usarem fraldas de pano, ganham mais facilmente consciência das suas excreções e dos seus ritmos de higiene, deixando por isso, o uso de fraldas mais cedo.

Temos ainda vantagens ao nivel do conforto. Gosta mais de usar coecas com ou sem penso higiénico? Se não usa lingerie descartável, porque há-de o seu filho usar?

As vantagens são numerosas e eu noto maior diferença, quando por alguma razão tenho de pôr fraldas descartáveis ao T. Aconselho que experimentem pelo menos a usar fraldas de pano no vosso bebé, pois embora o seu uso represente uma adaptação de hábitos, o esforço vale a pena, para si e para o seu bebé.

Bem, aos tipos tentei fazer um blog sobre este tema (fraldas-de-pano.blogspot.com) que quando tiver tempo e paciencia, tentarei actualizar. Resumidamente, existem tres tipos:

1) Duas peças

2) Todo em um

3) Com recheio

Estas ultimas, são as minha preferidas, e por isso vou-me centrar nelas. São formadas por duas peças, uma capa exterior/interior e um recheio. A capa exterior normalmente é feita de PUL. que é um material técnico, respiravel e impermeavel muito fininho. A parte interior da capa é normalmente de microforro ou de um material que se denomina ‘suedecloth’,que são materias super suaves que se mantem sempre secos, e permitem a passagem da humidade. A segunda peça, o absorvente, coloca-se entre as outras duas, e é onde são retidos todos os liquidos. Pode-se usar toalhas velhas ou outros materias próprios, como a microfibra ou o canhamo. O mais facil mesmo é consultarem as páginas dos fabricantes ou dos vendedores que têm muita informação.

Quanto às várias marcas de fraldas de pano, vou tentar pôr aqui uma lista das marcas que experimentei no T. (das que me lembro). As que mais gosto indubitávelmente são as Bumgenius. Também uso e gosto das Mummy´s touch, Petit Dessous, Wonderoos, Fuzzie bunz (tudo recheaveis). Vendi após experimentar, pois pessoalmente não gostei tanto como as outras: Swaddlebees, Bambino mio, Tots bots, Nature babies,... entre outras que não me lembro. Tenho umas kooshies, que são todo em um, que também são boas, embora eu prefira o sistema das recheáveis.

Até breve

Se quiserem procurar na net, em espanhol chamam-se ‘pañales’, em francês ‘couches’, em inglês ‘nappies’ ou ‘diapers’.

Recomendo ainda as webs (entre outras):

http://www.theecologist.org/archive_detail.asp?content_id=426

www.wen.org.uk/

http://www.saludehijos.com/noticias_detalle.lasso?idcon=30

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http://www.theecologist.net/files/articulos/21_art6.asp

‘...los nuevos estudios científicos han detectados otros riesgos de los pañales desechables. En 2000, Women & Environment Network encomendó un análisis científico de los productos de las cinco primeras marcas de pañales desechables: Pampers, Huggies, Saintbury’s, Boots y Benetton. En todos se encontraron pequeñas cantidades de una sustancia química conocida como tributyl estaño. Aunque se trataba de cantidades pequeñas, los activistas argumentaron que los bebés posiblemente estarían expuestos diariamente a cantidades 3,6 veces más altas que las que recomienda la Organización Mundial de la Salud (OMS). Este contaminante químico, que se utiliza para prevenir que las lapas se peguen a los barcos y para la producción de algunos plásticos, se conoce por su efectos de disrupción hormonal.
Se ha observado que esta sustancia provoca el cambio de sexo en eglefinos y se teme que podría hacer lo mismo con los seres humanos. Por ello, es un producto puesto en tela de juicio en muchas partes del planeta. Las campañas de los activistas han conseguido que baje su producción y su consumo. No obstante, Ann Link, coordinadora de Women & Environment Network, insiste con preocupación en que nadie sabe qué cantidad de esta sustancia puede absorber la piel de un bebé a través de los pañales.
“Lamentamos que se venda un producto para recién nacidos aunque los productores saben que contiene una sustancia que en bajas concentraciones puede perturbar el desarrollo hormonal. Tributyl estaño es una sustancia química que no se debería producir y menos en pañales de bebés”, dicen.
La industria de pañales desechables reacciona negando la presencia de la sustancia química o diciendo que las concentraciones serían tan bajas que no supondrían ningún riesgo. “Los pañales desechables son totalmente seguros”, asegura la Absorbent Hygiene Products Manufacturers Association. “Todos los productores de pañales desechables están de acuerdo en que el producto citado no debería estar dentro de pañales y que si se han encontrado realmente bajas concentraciones de ello harán todo lo posible para eliminarlas”, se señala.
...‘

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‘Os bebés mamam por muito mais do que simples alimentação, e as mães não dão de mamar apenas por obrigação’

Porquê amamentar por mais de um ano?

Bem, não vamos sequer falar nas vantagens da amamentação durante o primeiro ano, pois estas podem ser encontradas facilmente em todas as linguas e em numerosos sites. Vou sim falar um pouco de uma questão que me colocam repetidamente quando vêm que o T. ainda mama com um ano e tal de idade... Muitas dizem que já é só chucha, outras dizem que não estão para isso, e ainda á quem diga que não serve para nada. Pois bem, não só não concordo com estes argumentos, como também há numerosos estudos que os contradizem. Por isso, tentei fazer aqui um resumo de alguma da informação que me passou pelas mãos e pareceu-me util. Para que outras tenham esta possibilidade. Mesmo que não houvessem todas estas vantagens médicas, psicologicas, fisiológicas, monetárias, etc. eu ainda assim provavelmente daria de mamar, simplesmente porque eu e o Tiago gostamos muito de o fazer.

Gostava ainda de dizer, que acima de todos os argumentos acredito na liberdade individual para cada um fazer o que lhe der na real gana... acredito também que é importante ter accesso a diferentes fontes de informação, antes de se tomar qualquer decisão. Sendo assim, também considero que as mães não se classificam segundo o tempo de amamentaão. Como uma avó que está aqui ao meu lado afirma, cada uma deve fazer aquilo que acredita e que melhor lhe parece J

Clinicos (médicos):

-Em termos nutricionais, o segundo ano de amamentação é similar ao primeiro ano, i.e. o leite materno continua a ser uma fonte importante de proteinas, calorias, calcio e vitaminas.

- O amamentação prolongada diminui os riscos de obesidade infantil posterior (Pediatrics, 2005) e favorece o desenvolvimento intectual das crianças (de quando as crianças têm 8-9 anos).

-Em termos imunitários, á medida que o bebé começa a comer outros alimentos e diminui a quantidade de leite materno ingerido, aumenta a quantidade de factores imunitários presentes no leite materno, i.e. mesmo uma pequena toma de leite materno diário, contribui para um aumento significativo de imunidade (resistência a doenças).

- Quanto mais tempo dermos de mamar, menor é a probabilidade de contrair-mos uma série numerosa de cancros e doenças afins (como por exemplo o Diabetes tipo II: cada ano adicional de amamentação reduzio cerca de 15% a probabilidade de contrair a doença, a artrite-reumatoide em que se verificou uma redução de 30%, pela amamentação de 12-23 meses, enquanto 24 meses reduz 50% o risco de ter a doença).

Psicologicos:

-Alguns trabalhos consideram que o desmame forçado pode provocar traumas no bebé e na mãe. A amamentação, como referimos, é mais do que preecher as necesidades nutricionais, é o um importante vector de conforto, prazer e comunicação entre a mãe e o bebé.

-Considera-se também que a amamentação prolongada aumenta a forma positiva como nós, as mães, vemos os nossos filhos assim como promove a confiança mutua. De dados, eu não sei, mas é verdade que dar de mamar tranquilizanos muito, sobretudo nos piores momentos. Por mais irritadas ou cançadas que estejamos, no momento em que pomos o bebé no peito a mamar, todos os problema desaparecem, e um estado zen surge no horizonte, as zangas e os disparates do bebé são deste modo racionalmente apaziguados.

- Os bebés adoram mamar, e nós as mães adoramos fazer-los felizes. Porque então não lhes damos este gosto? Quem me dera poder acalmar o meu filho de uma forma tão simples e eficiente no resto da sua vida. Digo sempre que ainda hei-se ter saudades do tempo em que todos os males na vida do meu gaiato desapareciam com um pouco de maminha....

- O aleitamento favorece o estado psicologico da mãe e evita depressões.

Económicos:

-motivos economicos: os leites de transição são caros [adicionar preços]. Já pensou no que pode comprar para o seu bebé com o dinheiro que vai poupar em leite? E o tempo? O tempo que se gasta a preparar os biberons, o trabalho que dá... enfim, uma trabalheira e um dinheiral J

Bibliograficos:

-A OMS (Organização Mundial da Saúde, http://www.who.int/topics/breastfeeding/es/), a UNICEF (http://www.unicef.pt/) e numerosas instituições internacionais recomendam (das quais se destaca sem duvida a LLL, http://www.lalecheleague.org/) 6 meses de amamentação exclusiva e um minimo de dois anos de amamentação.

Porque o desmame a uma determinada idade?

Gostava ainda de perguntar onde estão os estudos que determinam as vantagens do desmame no primeiro ano? Com que bases foi estabelecido esta data? Biológicamente, tengo em conta a nossa espécie e a próximidade com outros grupos, calcula-se que os bebés humanos mamariam cerca de 4-5 anos... apesar de que não estou a pensar em fazer-lo J

Problemas com a amamentação e onde obter mais informação:

Se quer continuar a dar de mamar, e por qualquer motivo acha que não pode (acha que ficou sem leite, o bebé parece que não quer mais, acha que não tempo para isso, têm dificuldade em compatibilizar com o seu trabalho, ou por qualquer outro motivo) pense duas vezes e consulte quer bibliografia quer algun dos numerosos grupos de apoio á lactancia presentes em Portugal. Recomendo vivamente o site da La Leche League e o da ALBA (http://www.albalactanciamaterna.info/). Esta excelente associação Catalã dispoem de numerosos dossiers para consulta, sobre varios temas, nomeadamente coma dar de mamar a dois bebés ao mesmo tempo (em tadem), introduzir a comida, problemas na amamentação, etc. Esta associação dispoem ainda de uma lista de medicamentos e productos classificados com base na sua compatibilidade com a amamentação. Em Portugal ...

Interessante ainda são histórias de mães adoptivas que dão de mamar aos seus filhos adoptados (sem duvida, uma perserverancia sem limites) ou de mães com cinco gémeos, todos amamentados...

A maior parte deste texto foi traduzido da LLL internacional. Lá poderão encontrar todas as referencias médicas aos estudos, etc. Também recomendo dois livros fabulosos que li sobre estes temas, ‘o mi niño no me come’ de Carlos Gonzalez (pediátra espanhol) e o ‘mãe pela primeira vez’ de Gro Nylander (médica Norueguesa, directora do hospital pediátrico de Oslo).

http://www.lalecheleague.org/NB/NBextended.html

http://www.lalecheleague.org/ba/May06.html

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‘...Apenas uma em cada cinco mães portuguesas cumpre as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) no que diz respeito à amamentação dos filhos. Ou seja, alimenta os bebés exclusivamente a peito até aos seis meses de idade. O cenário é muito preocupante, diz o especialista Nuno Montenegro, até porque mais de metade das mães abandonam a amamentação antes de o bebé ter dois meses....
...
Por exemplo, uma das dez medidas preconizadas pela OMS é "dar de mamar sempre que o bebé queira", mas, garante Nuno Montenegro - que é também um dos responsáveis do projecto Geração XXI -, "quase ninguém faz isso", até porque os pediatras tendem a impor um esquema horário da amamentação. "Mas não se deve esperar pelas horas: se o bebé pede é porque tem
Cerca de 60% das mães que deixam de amamentar ainda antes dos dois meses de idade afirmam que a razão está na "insatisfação" do bebé. Mas, diz o especialista, "isto só demonstra que é necessário informar as mães sobre como devem amamentar e que devem insistir, porque na maior parte destes casos não acredito que haja de facto problemas com o leite da mãe. Mas se ela não insistir, o leite acaba." Ainda assim, aos seis meses de idade, há cerca de 40% de bebés a serem alimentados pela mãe. A OMS recomenda ainda a amamentação até aos dois anos de idade, acompanhada de outros alimentos.
...
Para além de facilitar a recuperação da imagem corporal da mãe e diminuir a probabilidade de ela vir a sofrer de cancro da mama, o aleitamento materno tem várias vantagens para o bebé, nomeadamente a prevenção de infecção e alergias. Por outro lado, esclarece o folheto que é distribuído no Hospital S. João, o leite da mãe é grátis e está à temperatura ideal. É ainda ecológico, já que não gasta recursos da terra nem implica embalagens.

Elsa Costa e Silva, DN 2.8.2006

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Estudo com 460 mulheres portuguesas:

http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/aps/v23n3/v23n3a04.pdf

Todos estes motivos apresentados pelas mulheres podem ser superados através do accesso á informação adequada e com auxilio de grupos de apoio.

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ALBA:

‘Asi mismo, en estudios de tipo empirico como el realizado en Nueva Zelandia por
Fergusson y colaboradores (1987) se observó que si se controlan una serie de variables de
confusión, no existe evidencia para sostener que la lactancia materna prolongada se asocia
con problemas de desajuste social en niños de 6 a 8 años de edad. Además demostraron que
estos niños, amamantados en forma prolongada, cuando llegan a la edad de 15 a 18 años
presentan mejores niveles de apego a sus padres y consideran a sus madres menos
sobreprotectoras pero que se ocupan más de su cuidado, si se los compara con jóvenes que
cuando bebés fueron alimentados artificialmente (Fergusson et al. 1999).’

Sobre os tamanhos, pesos e percentis:

Lá vamos nós à consulta dos 9-12 meses, encantados e felizes com o/a nosso/a bebé que estava no percentil 50 ou mais, criado com muita maminha…

Pesam e medem o bebé e lá nos dizem que o/a nosso/a filho/a está pequeno/a, que está no percentil 5 ou menos ainda… e que se continuar assim teremos que fazer análises. Ficámos preocupados e sentimo-nos responsáveis por este baixo peso/tamanho. Pensámos que, se calhar, devíamos dar-lhe mais comida, ou um suplemento, ou quem sabe...

Primeiro: Pois bem, o que significa estar no percentil 5?? - é o nosso primeiro dilema.- um médico/enfermeira diz isto com um ar grave, logo pensámos que deve ser sério, tão sério que teremos que fazer análises.

mas significa que foram medidos N bebés, em cada idade, depois fizeram-se uns gráficos/tabelas, em que se determinou que 50% têm um tamanho x, 25% têm um tamanho y, e assim sucessivamente… ou seja, estatisticamente significa 5% da população medida ,neste estudo,têm um tamanho parecido ao do nosso filho.

Se as tabelas fossem feitas em Portugal, onde em 2005 nasceram cerca de 114326 bebés, quer dizer que cerca de 5700 bebés têm um peso/altura parecido ao do nosso (10.82 nascimentos/1000 habitantes, tendo em conta que somos 10566212 em 2005). Não é assim tão mau pois não?

Segundo: A maioria dos médicos (em Portugal e não só), usam tabelas de crescimento de bebés alimentados com dietas artificiais nos Estados Unidos da América.

Ora, não se sabe bem porquê, mas o crescimento dos bebés de mama é diferente do dos bebés de leite artificial. Os bebés de peito, crescem inicialmente mais rápido, havendo depois uma desaceleração do crescimento por volta dos 9 meses.

Recentemente a OMS publicou a base de dados de crescimento com 8500 bebés de todo o mundo de diversas etnias (Brasil, Ghana, Índia, Norway, Oman and the USA),com dietas diversas ( http://www.who.int/childgrowth/en/). Esta organização tem disponível online, um programa que, após a sua instalação , podemos colocar os dados dos nossos filhos e verificar que afinal, o nosso lindo bebé que estava no percentil 5 , está na média mundial, ou próximo dela J (se formos ainda mais perfeccionistas, podemos aceder ao relatório do estudo que foi feito com bebés Europeus).

Terceiro: Quantos casos conhecemos de miúdos que dão um salto em altura muito mais tarde? Na primária? Na secundária? E mesmo que não dê… Será que ser mais baixo têm implicações na felicidade? Queremos que os nossos filhos sejam altos ou felizes?

Conclusão: O mais importante é que o bebé se desenvolva, com o seu ritmo e com saúde. O tamanho, é um dado secundário.


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